PENSAMENTOS TAI CHI - TRATADO DA FÉ NA MENTE


Poema de grande influência Taoísta, um dos pilares do desenvolvimento da filosofia Zen. Escrito pelo monge chinês Seng-ts'an (Chien-chih Seng-ts'an; Pinyin: Jianzhi Sengcan; japonês: Kanchi Sosan) era um leigo budista com mais de 40 anos quando procurou o segundo patriarca budista Hui K'o, com um pedido para que o mestre o purificasse de seus pecados. A resposta inspirou Seng-ts'an a se tornar monge, levando-o a sua iluminação e sucessão como Patriarca. Ele morreu em 609, deixando-nos as estrofes de valor inestimável intitulado Hsin Hsin Ming, que são variadamente identificados em inglês como "Inscrita na mente que crê, na confiança no coração e na mente de absoluta confiança" ou simplesmente "Tratado da Fé na Mente". Você verá que ele está dando instruções sobre como viver no Caminho, ou Tao.

A via perfeita não conhece nehuma dificuldade
senão que evita cada preferência.
Se revela plenamente sem máscaras, 
uma vez que se tem liberado do amor e do ódio.
Uma diferença de um décimo de polegada
e o céu e a terracaem separados.
Se desejais que manifeste, 
não abrigueis nenhum pensamento,
nem a favor nem contra ela.
Opor o que amais ao que não amais
é a enfermidade do espírito.
Quando não se compreende seu sentido profundo,
a paz do espírito se perturba e nada se ganha.
Perfeita como o vasto espaço,
nada lhe falta e nada lhe sobra.
Quando se elege,
a verdade absoluta desaparece.
Não persigais a complicações exteriores,
não as detenhais no vazio interior.
Quando o espírito permanecesereno na unidade das coisas,
o dualismo se desvanece por si mesmo.
Quando a unidade das coisas não é compreendida até o fundo,
o erro se manifesta de duas maneiras:
oposição da realidade pode levar a sua negação,
e o deter-se no vazio pode levar a uma contradição consigo mesmo.
Frases ocas, jogos de intelecto,
quanto mais nos entregamos a eles,
mais nos perdemos.
Afastamo-nos deles
e não haverá nenhum lugar no qual
possamos passar livremente.
Quando descemos até a raiz, alcançamos o sentido.
Quando perseguimos os objetos exteriores, perdemos o sentido.
No momento que obtemos a iluminação,
transcendemos o vazio do mundo e sua posição a nós.
As trocas que se produzem no mundo vazio,
que se mantêm frente a nós,
parecem reais devido a ignorância.
Não tenteis buscar a verdade,
deixai de abrigar opiniôes.
Não vos detenhais no dualismo,
evitai-o com cuidado.
Enquanto estabeleceis o bem e o mal,
surge a confusão e o espírito se perde.
A dualidade existe devido ao uno,
mas não vos apegai nem sequer a esse uno.
Quando a unidade do espírito não é perturbada,
as dez mil coisas do exterior não podem ofendê-lo.
Quando delas não vem nenhuma ofensa,
é como se não existissem.
Quando o espírito não é perturbado,
é como se não houvesse espírito.
O sujeito se acalma enquanto cessa o objeto,
o objeto cessa quando se acalma o sujeito.
O objeto é um objeto para o sujeito,
o sujeito é um sujeito para o objeto.

Mestre Sérgio Silva

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