Lieh Tzu , o Contador de Histórias

Lieh Tzu, filosófo taoísta que viveu no século V A.C., no período das Cem Escolas do Pensamento. Ele se expressava como um poeta, um contador de histórias. Sua doutrina floresceu através de parábolas, como uma estratégia para expressar aquilo que não pode ser dito (O TAO), pois a parábola é uma história que sempre traz um significado intrísico. E este significado é sempre pessoal, é de quem leu a parábola. É atribuído a ele a criação do livro que leva seu nome: “Lieh Tzu” ou “Lieh Zi” que significa literalmente “O Livro do Mestre Lieh”.

Uma das coisas que ele questiona é a natureza do saber. Ele fala que ter mais informações não significa ter mais sabedoria. O conhecimento real não é o que diz respeito as coisas, mas o que diz respeito ao seu próprio ser. Conhecimento é informação, sabedoria é entendimento. O conhecimento é coletado de fora, a sabedoria é um crescimento interior. O conhecimento é tomado de empréstimo, a sabedoria é autenticamente sua. O conhecimento é aprendido, a sabedoria não é aprendida de ninguém; ela tem que ser vivenciada, experimentada por você.

Quando você conhece, você está dividido em conhecedor(você) e o conhecido(aquilo que você conhece), e entre vocês dois está o conhecimento. Desta maneira o conhecimento não o leva à verdade, pois ele divide. A sabedoria unifica. Nela a pessoa não sabe quem é o conhecedor, quem é o conhecido e o que é o conhecimento. Na sabedoria você se torna uno com a realidade, perde as fronteiras, todas as dimensões, as diferenças, as definições. Na sabedoria você fica indefinido como a própria realidade. A sabedoria verdadeira é uma mudança qualitativa do seu ser, é uma transformação do seu ser, que se eleva e muda de atitude.Fracassando ou sendo bem-sucedido não importa, o que importa é se você foi bem-sucedido em centrar-se em seu próprio ser. Não é a atitude que importa, mas a consciência que você leva a ela.

Mestre Sérgio Silva